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Sermão das 7 Palavras no encontro entre Nossa Senhora das Dores e Senhor dos Passos

Na noite desta quarta-feira, 27 de março, foi realizada a Procissão do Encontro entre o Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores, na Catedral Metropolitana de Santa Maria.

Reunindo dezenas de fiéis de diversas paróquias da Arquidiocese de Santa Maria, duas procissões ganharam as ruas da cidade: uma saindo com a imagem de Nossa Senhora das Dores, da Paroquia Nossa Senhora das Dores, e outra partindo da Paróquia Nosso Senhor do Bom Fim, acompanhando a Imagem do Senhor dos Passos.


A Avenida Rio Branco, em frente a Catedral Metropolitana de Santa Maria, foi o local onde aconteceu o encontro das imagens, sendo o ponto alto da noite. Dom Leomar Brustolin, Arcebispo de Santa Maria, conduziu, então, o Sermão das 7 Palavras:


1- PERDÃO: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem" (Lc 23,34)

Jesus em sua vida pública sempre revelou o perdão do Pai; no encontro com os pecadores deixou transparecer a misericórdia reconstrutora de Deus. O perdão foi a marca de sua vida e deve ser também a marca dos seus seguidores.


2- CONTIGO: "Hoje estarás comigo no paraíso" (Lc 23,43)

Jesus sempre viveu "em más companhias" e agora morre entre dois ladrões. Mais uma vez não assume o papel de juiz sobre os outros mas oferece uma nova chance de salvação. O moribundo que dá vida: presença solidária, que mesmo em meio ao pior sofrimento, oferece companhia a outros sofredores.


3- APOIO: "Mulher, eis o teu filho; filho, eis a tua mãe" (Jo 19,26)

Maria, mulher do "sim" que se prolonga até à Cruz, onde, de pé, revela sua presença materna e consoladora junto a seu Filho Jesus. A presença de Maria na vida de Jesus não é acidental: foi aquela que mais amou, conheceu e seguiu Jesus. Ela agora é nossa referência fiel no seguimento de seu Filho.


4- SOLIDÃO: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?" (Mt 27,46)

O grito de Jesus na Cruz condensa o grito da humanidade sofredora; é o próprio Deus que grita seu abandono. Esse grito de Jesus revela uma Presença no próprio abandono, embora, de imediato, não se sinta essa presença. Grito que não fica vazio, mas aponta para a Vida Eterna.


5- SEDE: "Tenho Sede..." (Jn 19, 28)

Jesus sempre foi um homem "sedento": fazer a vontade do Pai, realizar o Reino, compromisso com a vida, presença solidária junto aos sofredores, fazer conhecido a Deus como Pai/Mãe.


6- COMPROMISSO: "Tudo está consumado" (Jo 19,30)

Parece contradição alguém dependurado na Cruz afirmar que tudo está consumado; tem-se a impressão de fracasso total. Mas na Cruz, Jesus leva até às últimas consequências sua Encarnação: mergulha e se faz solidário com todos os crucificados da história. "Desce" até as profundezas do sofrimento humano e ali revela a presença do Deus compassivo.


7- SENTIDO: "Pai, em tuas mãos entrego meu espírito" (Lc 23,46)

Só quem viveu intensamente uma vida expansiva pode acolher a própria morte com paz, confiança, serenidade e abandono nos braços do Pai. Jesus morre como tinha vivido: ancorado na confiança do Pai. Jesus, que sempre prolongou as mãos do Pai, agora entrega-se confiadamente nos braços do mesmo Pai.




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