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Irmã Élida Debastiani abre Simpósio de Mariologia

Atividade realizada no dia 21 de outubro marca o início das atividades da 79a Romaria Estadual da Medianeira


Mais de duzentos participantes ocuparam o Salão de Atos do prédio 13 da UFN para acompanhar as palavras inspiradoras da religiosa que traduziu a participação da Virgem Maria nas Sagradas Escrituras. Além de fazer a plateia refletir sobre o papel de Nossa Senhora enquanto inspiração para as mulheres na vida da Igreja e na obra de Deus.

A noite iniciou com a apresentação do Hino Akáthistos e fizeram uso da palavra, de acordo com o cerimonial, o diretor da Faculdade Palotina (FAPAS), Pe. Jadir Zaro, SAC, a Irmã Irani Rupolo, reitora da Universidade Católica de Santa Maria (UFN) e o arcebispo metropolitano de Santa Maria, Dom Leomar Antônio Brustolin.

A mediação do encontro foi realizada pela Irmã Marlene Ana Terhorst.

Irmã Élida fez contextualizações do tempo em que Maria viveu através dos pontos de vista da religião, da sociedade e da lei. Ao falar sobre a liberdade e surpresa das escolhas de Deus, exemplificou com diversas passagens que mostram não apenas pessoas perfeitas, mas sim, as que são aptas a um propósito. "Por vezes escolhe pessoas que se reconhecem incapazes, como Moisés que, mesmo após Deus enviá-lo em seu nome, diz: “Não sei falar, tenho a língua pesada” (Ex 4,10); conta com pessoas que se sentem pecadoras, como Isaías: “sou um homem de lábios impuros” (Is 6, 5); pessoas medrosas como Barac, que frente ao conflito diz à juíza Débora: “Se tu vieres comigo, eu irei, mas se não vieres comigo, não irei” (Jz 4,8). Mas escolhe mulheres corajosas como Débora, a profetiza que ateve para si a vitória sobre os inimigos, frente à debilidade de Barac, quando diz: “Irei, pois, contigo, porém, no caminho que seguires, a honra da vitória não será tua, porque é nas mãos de uma mulher que Iahweh entregará Sísara” (Jz 4,9), o chefe do exército. Encontramos Rute que assume o projeto de Iahweh, embora sendo estrangeira. Ela diz à Noemi: “Teu povo é o meu povo, teu Deus é o meu Deus” (Rt 1,16). Outro exemplo é Ester que se arrisca num plano ousado diante do rei Amã para defender o seu povo quando diz: “Se realmente encontrei graça a teus olhos, ó rei, e se for do teu agrado, concede-me a vida, eis meu pedido, e a vida do meu povo, eis o meu desejo” (Est 7,3).


Sobre os aspecto da plenitude do tempo, a conferencista referenciou Nossa Senora no plano da salvação "No vértice da história, na plenitude do tempo, Maria está presente no plano salvífico de Deus. Assim, o texto escrito mais antigo do Novo Testamento que faz referência à mãe de Jesus, antes mesmo da redação dos evangelhos, é Gl 4,4-5: “Quando, porém, chegou a plenitude do tempo, enviou Deus o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei, para resgatar os que estavam sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial” (Gl 4, 4-5). Esta concepção teológica “nascido de mulher e sob a Lei” é uma fórmula confessional originária, patrimônio da tradição cristã das primeiras comunidades.


Ao abordar a escolha de Nossa Senhora por Deus explanou sobre o rompimento que isso significou na cultura naquele momento "Muito se tem falado da realidade das mulheres e da sua limitada participação na vida pública no Oriente médio. Deus escolhe Maria, uma jovem nazarena, para ser a mãe do seu Filho Jesus, o anunciado, o esperado, aquele que é desde o princípio. Ele a tira da periferia sociocultural-religiosa e a torna protagonista na fé. Por isso, precisamos ter presente que Maria viveu num contexto determinado, num tempo e espaço onde as estruturas familiares, sociais, políticas e religiosas determinavam a vida das mulheres.


Discorreu, ainda, sobre presença de Nossa Senhora nos Evangelhos "São textos que tratam da presença direta e ou indireta de Maria, para num momento posterior aprofundar o significado de Maria como a Serva do Senhor."

"O Evangelista considera a anunciação do nascimento de Jesus como a coroação de todas as profecias. Revela o mistério supremo da fé cristã e a natureza do Salvador prometido, que é humano e divino. “Efetivamente, a Virgem Maria, que na anunciação do Anjo recebeu o Verbo no coração e no seio, e deu ao mundo a Vida, é reconhecida e honrada como verdadeira Mãe de Deus Redentor” (LG, n. 53)." falou a religiosa ao citar o Evangelho de Lucas. E brindou os presentes com um reflexão do Magnificat "O Magnificat é um canto de libertação. Nele a Serva do Senhor canta as maravilhas que o Todo Poderoso fez em seu favor. Inspirado no cântico de Ana (1Sm 2,2-10), o Magnificat expressa os vários sentimentos de Maria. O louvor brota de seu coração porque reconhece que Deus olhou para a sua condição social:jovem, mulher, da desconhecida Nazaré, na Galileia. E Maria reconhece, com gratidão, as maravilhas que Deus realizou nela. “Minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito exulta em Deus meu Salvador, porque olhou parar a humildade de sua serva”."


e a representação do rompimento histórico que Maria proporcionou.

Nossa Senhora foi apresentada como discipula e missionária, mas sobretudo, como participe no plano da Salvação. Ao ser questionada sobre a relação da Virgem Maria com o mundo atual, a conferencista fez memória as mudanças propostas pelo Papa Francisco, com a ocupação de ministérios por mulheres.

O último tópico abordado foi a sinodalidade de Maria e suas luzes para nosso tempo "Em Maria, a serva do Senhor, reconhecemos que tudo é graça. A graça é presença de Deus. Assim como Maria foi convidada pelo anjo a alegrar-se por causa da graça, da mesma forma os discípulos e discípulas de Jesus são convidados a fazer o mesmo. A graça é a razão principal da alegria. A graça é também a razão principal da coragem e da esperança. Deus é, ao mesmo tempo, “graça e fidelidade” (cf. Ex 34,6).




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