A fé e a esperança reuniram cerca de 250 mil romeiros na manhã deste domingo, 10 de novembro, na 81ª Romaria Estadual da Medianeira, cujo tema foi “Salve Rainha, esperança nossa!”. O evento é marcado pelas experiências pessoais de cada fiel, mobilizando a população de Santa Maria e de diversas cidades do Rio Grande do Sul. O caminho da fé: 60 km até a Basílica
Vindos de São Sepé, os romeiros participaram, juntos, de sua quarta Romaria. Saindo da Praça das Mercês, na cidade, o grupo percorre cerca de 60 km até a Basílica da Medianeira: “O padre sempre nos abençoa para que tudo ocorra bem. O objetivo é fazer esse desafio de fé. Unimos o que gostamos de fazer com a fé que temos na Nossa Senhora Medianeira”, conta um dos membros do grupo, o instrutor de trânsito Gilvan Rosa dos Santos, 55 anos.
Para realizar o trajeto com mais segurança, Gilvan explica que o grupo é formado por corredores amadores, treinados para provas de longa distância, preparados e condicionados para enfrentar o desafio da fé.
Foto: Grupo de romeiros e corredores amadores de São Sepé
De geração em geração
Laços familiares são fortalecidos pelo amor e fé em Nossa Senhora Medianeira. O vendedor Diogo de Silva Lima, 37 anos, natural de Santa Maria, começou a participar da Romaria há quatro anos, quando sua filha, Alice, nasceu. “Desde que minha filha nasceu, venho aqui pedir saúde e proteção para ela. Isso é algo muito especial para mim.”
A devoção é transmitida de geração em geração, como conta a aposentada Sônia da Rocha, que teve a graça de nascer em um dia de Romaria, há 63 anos, diz: “Eu fui abençoada. Gosto de viver, porque sempre temos a esperança de que tudo vai melhorar, e pedimos por nossos parentes, por nossos familiares, para que o mundo seja mais humano, mais justo e que tenha boas tendências para o futuro.”
Acompanhada de sua mãe, Maria Barbosa, 81 anos, Sônia conta como a crença na Mãe de Medianeira a ajudou a superar um problema de saúde: “Eu fiz uma promessa, porque tinha um mioma e achava que ia morrer. Pedi que, se ficasse viva, viria aqui. Desde 1991, venho todos os anos e sou muito agradecida.”
Vestida de branco e com os pés descalços, a dona de casa Patrícia Correia da Silva, 44 anos, veio agradecer à Nossa Senhora Medianeira pela graça alcançada junto ao filho Ezequiel. Segundo ela, graças à Medianeira, sua outra filha conseguiu um emprego, onde foi contratada e efetivada.
Foto: Patrícia e o filho Ezequiel
Preces atendidas e promessas cumpridas
São muitos os romeiros que têm seus pedidos atendidos pela Mãe Medianeira e, com gratidão, cumprem suas promessas. Vindo de Caçapava do Sul, o aposentado Otíle Chaves, 66 anos, superou problemas de saúde e agradece à Medianeira: “Já participo da Romaria há 30 anos e nunca falhei. Tive um problema no coração, mas graças a Deus estou aqui. Este ano, fiz uma promessa e vim a pé desde a igreja.”
Há também aqueles que contribuem com a Romaria, atuando na equipe de segurança. O sargento Daniel Souza Silveira participou da procissão no setor de Enfermagem pelo segundo ano consecutivo, mas já é romeiro há cerca de 20 anos: “Já alcancei diversas graças por meio da devoção à Nossa Senhora Medianeira.”
Todos os anos, a Romaria conta com o apoio de trabalhadores da saúde, da Prefeitura Municipal e da Unimed. A técnica de enfermagem do Hospital Geral do Exército, Lize Tayná Ferreira, explica: “Com o calor, realizamos atendimentos para pessoas com pressão baixa, além de entorses devido à longa caminhada. Algumas pessoas, que vêm cumprir promessas descalças, acabam se lesionando.”
De joelhos em gratidão
O romeiro Ricardo Pinheiro Pereira, que veio de Santa Cruz do Sul para cumprir uma promessa à Nossa Senhora Medianeira, em favor do filho Richard, nascido prematuro aos oito meses. Emocionado, ele relata que chegou às 7h da manhã em frente à Basílica da Medianeira para aguardar a saída da imagem de Nossa Senhora. Após a procissão, iniciou o trajeto até a Basílica de Medianeira, de joelhos: “Quando o Richard estava no hospital, eu entrei na UTI e falei com ele. Disse que Nossa Senhora Medianeira iria curá-lo. No terceiro dia, ele começou a reagir. No 17º dia, teve alta. Estou aqui em gratidão pela saúde dele.”
O percurso de joelhos foi realizado até a Basílica de Medianeira, onde Pereira subiu a escadaria. “É surreal o carinho que recebi das pessoas durante o trajeto. Me ofereceram água gelada, pararam para rezar comigo e me deram força. Ainda não caiu a ficha. Ver meu filho hoje bem, eu faria tudo de novo.”
Foto: Ricardo e a família em percurso da Romaria
Cobertura da Romaria feita em parceria com a Universidade Franciscana (UFN)
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