O Centro de Espiritualidade Cristo Rei, em São Leopoldo, foi casa da Igreja do Rio Grande do Sul nesta quarta-feira, 24. Durante este dia, aconteceu o encontro entre o episcopado gaúcho, os provinciais das Congregações presentes no Rio Grande do Sul e os coordenadores de pastoral das 18 arqui/dioceses gaúchas. O Arcebispo de Santa Maria e Presidente do Regional Sul 3 da CNBB, Dom Leomar Brustolin, marcou presença no encontro.
A manhã foi dedicada para refletir a situação e a atuação da Igreja durante e após as enchentes no Rio Grande do Sul. Dom Odair Gonsalves apresentou um breve relato da ação da Arquidiocese de Porto Alegre e do Regional Sul 3 para o atendimento às vítimas das enchentes. Em seguida, em grupos, os participantes partilharam sobre o que foi realizado pelas congregações e outras dioceses neste tempo.
Impactos psicológicos na população gaúcha
A reflexão contou com a assessoria da professora Drª Priscila Lawrenz, professora de psicologia da UNISINOS, que refletiu sobre os impactos psicossociais da exposição a desastres, como o que o Rio Grande do Sul viveu nestes últimos meses.
Os desastres naturais, como o que afetou o Rio Grande do Sul este ano, têm sido experienciados por um número cada vez maior de pessoas em todo o mundo. Os impactos são diversos e afetam especialmente pessoas que vivem em condições sociais e econômicas desfavoráveis, apontou a assessora.
Durante sua exposição, a professora explicou que o ser humano tem, naturalmente, mecanismos de defesa, mas que eles podem não ser suficientes quando a pessoa “enfrenta situações que superam as suas capacidades de adaptação”. Ela enfatizou que neste momento, populações que já viviam em situações de vulnerabilidade, tendem a sofrer um impacto maior em sua saúde mental: crianças, adolescentes, mulheres e idosos, além dos mais pobres, que já sofriam com a vulnerabilidade social.
Alertando para o papel do episcopado, padres, religiosas e religiosos neste tempo, a psicóloga pontuou que as vítimas de desastres vivem experiências e perdas muito graves e que os primeiros socorros psicológicos, especialmente em um contexto tão desafiador como o que vive o Rio Grande do Sul, não precisam ser prestados apenas por psicólogos: “A atenção psicossocial tem como objetivo facilitar e apoiar os processos naturais de recuperação e prevenir que sintomas persistam ou se agravem”, concluiu Priscila.
Organização Regional
O encontro seguiu com a apresentação de outros pontos importantes para o andamento da CNBB no Estado, como a celebração dos 60 anos do Regional Sul 3, a Missão em Moçambique, que celebra 30 anos em 2024 e também o Jubileu de 2025 – Peregrinos da Esperança. A Conferência dos Religiosos também apresentou seus informes, além do Serviço de Evangelização da Juventude, o Serviço de Animação Vocacional (SAV), a Iniciação a Vida Cristã, e a Comissão de Educação e Cultura.
Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e Presidente da CNBB, falou ao grupo sobre as escolas católicas, motivando uma partilha sobre a realidade da educação confessional no Estado. Os provinciais e seus representantes reforçaram a importância da proximidade entre os bispos, padres e congregações em favor da educação, retomando a necessidade de reforçar a identidade da escola católica.
Encerrado com a Celebração Eucarística, às 18h, o encontro precede a reunião do Conselho de Pastoral Regional (COREPAL), que inicia na noite desta quarta e se estende até a manhã desta quinta, 25.
Divulgação: Victória Holzbach – CNBB Sul 3
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