
Com o título, "Encontrar Jesus: “vinde e vede!", atrevo-me a sintetizar os dois dias e meio que tivemos em Brasília, 01 a 03 de outubro 2024, no Primeiro Encontro Nacional de Presbíteros sobre a Iniciação à Vida Cristã, promovido pela dimensão bíblico-catequética da CNBB. Éramos 250 padres de todas as regionais da CNBB. Uma expressão significativa de comunhão e busca de todos para uma melhor compreensão e prática do processo do IVC que, desde o Concílio Vaticano II vem sendo resgatando da grande Tradição da Igreja, com seus início no II século.
A catequese de inspiração catecumenal não é uma estratégia, muito menos uma abstração intelectual, mas o caminho de fé a partir do encontro com Jesus, portanto, conversão pessoal e desejo de comunicar a mensagem do Reino.
Esse evento é a continuação do processo iniciado no encontro nacional dos catequistas e dos seminaristas. Trata-se de uma ação sinfônica para criar sensibilidade e sintonia com o IVC em nossa ação evangelizadora.
O conteúdo do curso teve como núcleo os tempos do IVC: pré-catecumenato (querigma), catecumenato, ritos de purificação e eleição e a mistagogia. Tudo à luz de duas provocações. A primeira do bispo referente da dimensão, Dom Leomar Antônio, que refletiu sobre a fé na realidade na cultura atual e, no final, a fala do leigo e doutor em comunicação Moisés Sbardelotto sobre a catequese na cultura digital e inteligência artificial. Para mim, foram duas vertentes que iluminaram ainda mais o núcleo da metodologia do IVC.
Desde 2003 venho desenvolvendo com os catequistas o processo da catequese com inspiração catecumenal, no entanto, ainda percebo a dificuldade na assimilação, na criatividade, na continuidade e na coragem de fazer o processo acontecer a partir de uma adesão pessoal dos agentes. O IVC não é teoria, mas adesão a Jesus no encontro com Ele. Se, o catequista, o padre, o bispo e demais sujeitos na Ação Evangelizadora não passam por esse processo dificilmente iremos sair das doutrinas sobre a fé. Sim, porque recebemos doutrinas, conceitos, porém, a experiência e a vivência de comunhão na comunidade de fé ainda fica muito aquém do sonhado.
“O caminho se faz caminhando”. Daqui a dois anos, como nos foi comunicado, teremos um material mais pedagógico, mais lúdico, com uma linguagem que seja atrativa e educadora da fé e na fé. Até lá precisamos continuar inovando e dando corpo a este processo que cremos seja o caminho sinodal que o Espírito Santo nos pede hoje. Minha avaliação do curso foi nota 10. Gostei. Os tempos exigem coragem, ousadia e reflexão. “Quem não pensa, diz sabiamente padre Zezinho, dá o que pensar!”


Autor: Pe. João Mendonça, SBD
Fotos: ArquiSM
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