Começou, na tarde da segunda-feira, 8 de julho, o Encontro de Coordenadores Diocesanos de Pastoral, promovido pelo secretariado geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que acontece na Casa dom Luciano, em Brasília (DF), até o próximo 12. A iniciativa reúne também coordenadores de pastorais específicas, como por exemplo da Pastoral Familiar, Pastoral Juvenil, Pastoral do Dízimo, dentre outras. Participam do encontro 203 coordenadores de pastoral de todo país, incluindo o Arcebispo de Santa Maria, Dom Leomar Antônio Brustolin, e o Pe. Gerson Luiz Cavalheiro Gonçalves.
O encontro tem como tema “A Pastoral numa Igreja Sinodal e Missionária” e o lema “O Senhor os enviou a toda cidade para onde ele mesmo deveria ir” (cf. Lc 10,1) e vai promover a articulação do serviço pastoral e evangelizador da Igreja no Brasil.
O subsecretário adjunto de pastoral da CNBB, padre Jânison de Sá Santo (ao centro na foto), reforçou na abertura que o encontro responde a um pedido feito pelos secretários executivos dos 19 regionais da CNBB.
Ele lembrou que o encontro tem caráter formativo e buscará alinhar o grupo de coordenadores pastorais e da ação evangelizadora aos principais temas em curso na Igreja no país e no mundo, como o processo da atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, do sínodo e do Jubileu 2025, entre outros.
"O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, expressou a alegria de acolher este encontro de coordenadores de pastoral de todo o país e conhecer mais de perto suas dores e alegrias. Dom Ricardo apresentou aos participantes a forma como a Igreja no Brasil e a própria CNBB estão organizadas."
Os impactos da IA na Evangelização
A primeira conferência do encontro foi conduzida pelo secretário do Instituto Nacional de Pastoral Pe. Alberto Antoniazzi (Inapaz) da CNBB e sócio-fundador da Sociedade Brasileira de Cientistas Católicos (SBCC), padre Danilo Pinto dos Santos. Ele aprofundou o tema “Impacto das Inteligências Artificiais na Evangelização”.
Padre Danilo evocando a mitologia grega, questionou os limites da técnica recorrendo à tragédia do Prometeu Acorrentado. “É permitido para nós fazer o fogo?”
Ele refletiu que a temática adquire relevância para o atual contexto, uma vez que as inteligências artificiais (IAs) configuram-se como um paradigma tecnológico em desenvolvimento, com potencial para resolver problemas e executar tarefas, otimizando tempo e possibilitando resultados mais eficientes.
Ele explicou brevemente o desenvolvimento da IA e a sua capacidade de gerar conteúdos sem a intervenção humana. Conforme abordou o especialista, o algoritmo vai construindo algo com sentido e contexto, resultando em uma semântica da máquina, com a construção de conceitos próprios, preenchimento de lacunas, interpretando autonomamente a realidade de modo oculto aos operadores da ferramenta.
A operação algoritmica, segundo ele, cria “infobolhas” de informação que reitera crenças e visões de mundo que as pessoas já possuem e à eliminação da alteridade. Realidades como a polarização causada pelas bolhas de informação, radicalização das ideias e desinformação também foram apresentadas como alertas para a realidade cada vez mais avançada da IA.
Neste contexto, padre Danilo levantou a questão de como anunciar Jesus Cristo e os valores do Evangelho no contexto de algoritmos de aprendizagem. De acordo com o padre, será importante, para os próximos anos, acompanhar os atores das IAs desde os que produzem aos que fazem uso delas. “Com isso, temos possibilidade de influenciar no modo que serão desenvolvidas e usadas”, disse. Outra pista pastoral, segundo padre Danilo, é pensar uma resposta para a crise de escuta atenta para superar o isolamento e a dificuldade de diálogo criadas pelas redes e IAs.
Divulgação: Regional Sul 3
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